segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Crônicas de Desabafo

O dia em que Deus esperou por mim

A semana foi de longa espera e ansiedade. Esperava ansiosa chegar o recesso escolar e poder descansar, dormir até mais tarde, caminhar na lagoa, deitar mais tarde, assistir bons filmes... Fazer muitas coisas em tão pouco tempo. Mas o fim de semana demorava cada vez mais. Correrias, rotina, tudo como costumava ser.

O dia anterior também foi um dia normal. Poucos alunos pela manhã, despedida dos colegas que não ia ver por alguns dias. Um cansaço incomparável e uma vontade louca de que o dia seguinte chegasse me acompanharam pelo longo dia. Aula divertida á noite, mas a mente já não suportava a idéia de ter que trabalhar mais um dia. Que vontade de descansar!

Finalmente chegou o dia! Podia levantar um pouco mais tarde e o fiz. E algo importante parar mim: o cabelo arrumar. Ah, finalmente, um tempo pra mim onde achei que me perdi. Ias arrumar os cabelos. Preparei-me, vesti uma roupa legal, me maquiei, hoje vou trabalhar como gostaria de ir todos os dias, bonita, arrumada. Mal sabia eu o que me aguardava.

Cheguei ao salão e havia silêncio, mas a atmosfera estava deliciosamente diferente. Mal podia imaginar, era Ele quem já estava lá, só me esperando chegar. Falou-me de coisas que só nós dois sabíamos, me lembrou que Ele é a minha fortaleza, socorro presente em meio à tribulação. Disse-me o que precisava ouvir. Tocou meu coração... E ficou ali comigo me fazendo companhia.

Saí de lá ainda mais linda! Com os cabelos escovados, um belo sorriso no rosto, e uma imensa paz no coração. Fui trabalhar tranquila, tive uma tarde de paz. Mal podia eu imaginar, que em meio à correria da vida, tanta que não conseguia parar, o Senhor foi lá, e me esperou, só porque precisava comigo falar!

Mirna Stambuk

Poesia

Saudade de mim

Tenho saudade de mim.

Há dias em que acordo

E insistentemente me procuro.

Onde será que estou?

Procuro-me pela casa

Tenho pouco tempo para me encontrar

Saio a trabalhar e não me encontro

Talvez me encontre lá...

Mas perdida em afazeres e deveres

Não encontro tempo de me procurar

E sigo a vida, sem parar...

Tenho saudade de mim.

Onde será que fui parar?

Eis aí o problema:

Não parei.

Como vou me encontrar?

Não posso parar pra me achar

Corro atrás de mim

E não consigo me alcançar.

Onde será que me perdi?

Certamente em nenhum jardim.

Não vejo flores por aqui.

Não foi na praia, nem no campo,

Já me procurei nestes cantos.

Acho que me perdi em mim mesma.

E continuo com saudade de mim.
Mirna Stambuk